"ATACADO" E CAMPO NA CONTRAMÃO!
O antigo ditado recomenda: “crie animais de estimação, mas não expectativas!”. Pois a cadeia leiteira é hábil em criar expectativas e alimentá-las em seus diferentes agentes, mas pouco efetiva em entregá-las. E isso aconteceu novamente este ano!
No começo de dezembro, a falta de chuvas em Minas Gerais e Goiás trouxe desequilíbrio no balanço entre oferta e demanda de leite no mercado brasileiro no final do mês de novembro/início de dezembro. Como consequência, o leite UHT teve considerável aumento no “atacado” (preços de venda da indústria aos diferentes canais varejistas), arrastando também o leite spot e, em menor proporção, a muçarela.
Criou-se então uma forte expectativa de que o mercado reagiria forte neste ano, com o novo governo indicando um cenário de recuperação econômica e o consumidor absorvendo as altas de preços verificadas até então. No entanto, não é bem isso que está acontecendo... Os gráficos 1 e 2 mostram a tendência de preços do leite UHT e da muçarela no “atacado” neste início de ano e sua comparação, em valores deflacionados, com anos anteriores.
Gráfico 1. Preços do leite UHT no “atacado”. Fonte: MilkPoint Mercado.
Gráfico 2. Preços da muçarela no “atacado”. Fonte: MilkPoint Mercado.
Os preços no “atacado” estacionaram e, com a forte alta do leite spot (primeiro) e do leite ao produtor (logo depois), as margens da indústria nos dois produtos ficaram bastante comprometidas – como mostram os gráficos 3 e 4.
Gráfico 3. Margens aparentes da indústria no leite UHT – R$/litro (*). Fonte: MilkPoint Mercado. (*) - Março/2019 é uma estimativa. Gráfico 4. Margens aparentes da indústria na muçarela – R$/kg (*). Fonte: MilkPoint Mercado. (*) - Março/2019 é uma estimativa.
Gráfico 4. Margens aparentes da indústria na muçarela – R$/kg (*). Fonte: MilkPoint Mercado. (*) - Março/2019 é uma estimativa.
Data da Publicação: 29/03/2019.
Fonte: MilkPoint