Uruguai espera crescimento na captação de leite

30/09/2014
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O setor leiteiro do Uruguai mantém o rumo de crescimento dos últimos anos, produzindo em solos muito mais marginais e com a mesma quantidade de vacas, mas com animais cada vez mais produtivos ao melhorar a dieta, devido à intensificação. Ao fechamento de 2013, o crescimento foi de 3,4%. Já são três anos de aumento da produção, onde o maior aumento se registrou em 2011, onde se chegou a 19,3% com relação ao ano anterior.

 

Considerando o Índice de Produtividade calculado pela Direção de Estatísticas Agropecuárias (DIEA) do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), o aumento da produção entre 2007 e 2012 foi de 45%, apesar da queda de 7% no número de produtores e na quantidade de hectares usados na produção. Nesse ano, se o crescimento na captação de leite se mantiver entre 3% e 4% com relação ao ano anterior, a Cooperativa Nacional de Produtores de Leite (Conaprole) poderia estar recebendo 5,2 milhões de litros diários quando chegar o pico da produção, que geralmente se registra entre meados de outubro e 10 de novembro.

 

Segundo o vice-presidente da Conaprole, Wilson Cabrera, atualmente estão sendo captados 4,5 milhões de litros diários, até o momento com boas porcentagens de sólidos (são níveis muito parecidos aos do mês anterior). A porcentagem de sólidos baixou com as chuvas grandes ocorridas no começo do mês, mas depois, lentamente foi se recuperando. “Se a captação seguirá subindo dependerá do clima”, admite Cabreba, mas “pela lógica, deveria estar próximo a 5 milhões de litros; já havia chegado a esse volume ano passado”.

 

No entanto, o mercado internacional segue mostrando uma grande incerteza, com preços que no último leilão da Fonterra tinham parado de cair. Esse clima de incertezas se reflete nos poucos negócios de lácteos que estão sendo realizados. Com esse panorama, a Conaprole esperará até o fim do mês para anunciar aos produtores de leite o preço das captações de setembro. “A cooperativa está fazendo poucos negócios. Está vendendo algo, mas o estoque de lácteos segue crescendo”.

 

“Não podemos vender tudo o que produzimos”, disse Cabrera. A Venezuela fez algumas compras de leite em pó e queijos no mês passado, mas agora, o mercado voltou a fechar. Por sua vez, a Rússia que é um forte comprador de manteiga e de leite em pó fez algumas importações, mas em muito poucas quantidades. “Não somente baixará os preços, mas está difícil fechar os negócios por todo o clima de incertezas que há a nível mundial”.

 

A reportagem é do El País Digital, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.

 

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