SETOR LEITEIRO DA ARGENTINA APRESENTA MELHORES PERSPECTIVAS

01/12/2016
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O mercado internacional de leite em pó se recuperou nos últimos meses: de US$ 1.800/tonelada no começo do ano, passou para US$ 3.300 atualmente, principalmente por um ajuste da oferta mundial provocado pelos baixos preços e pelo reaparecimento da demanda da China e dos países do sudeste asiático.

 

Esse novo contexto permitiu que os produtores argentinos recebam cerca de 4,40 pesos (US$ 0,2829) por litro. Esse preço não os satisfazem plenamente – sobretudo, os menores -, mas os distanciam da situação de forte crise sofrida há pouco tempo. Entre os analistas, há algumas dúvidas sobre a evolução futura do mercado internacional, a partir da potencial valorização do dólar, que poderia afetar o preço das matérias-primas.

 

Simultaneamente, “os preços do mercado interno se recuperaram pela queda da oferta provocada pelas catástrofes climáticas e pelos baixos preços”, disse o diretor nacional de Planejamento Estratégico da Secretaria do Setor Leiteiro, José Quintana.

 

Ele disse que a firmeza do mercado interno continuará no primeiro semestre de 2017, porque a evolução da produção interanual continuará sendo negativa. “As vacas que sofreram inundações e a falta de forragem no outono-inverno desse ano deveriam parar em fevereiro-março de 2017, mas se atrasarão, de forma que seguiremos com a produção fraca nessa época”.

 

No entanto, o aumento do preço internacional não se reflete em um crescimento das exportações de leite em pó. Segundo Quintana, dois fatores explicam esse comportamento: não há quantidade suficiente de produto para abastecer a dois mercados e não há negócios: o mercado interno paga melhor – 4,40 pesos (US$ 0,2829) por litro – que poderia pagar a exportação – 4 pesos (US$ 0,2572) por litro -, a partir de um valor de 29 centavos de dólar por litro. Além disso, o principal destino da Argentina - Brasil – impôs cotas de importações.

 

No novo contexto e para o futuro, cada produtor deve considerar como curar as feridas ainda abertas que deixaram a crise climática e de preços. No imediato, muitos deverão negociar para reconverter passivos de curto prazo a dívidas de mais longo prazo com entidades financeiras e fornecedores; em médio prazo, terão que pensar em recompor a base forrageira com o cultivo de pastagens no outono.

 

Também precisaram pensar em recuperar a carga e o estado corporal e sanitário da fazenda, fortemente comprometidos pelas vendas forçadas e má alimentação durante vários meses. Em qualquer caso, “será necessário pensar rápido em como aumentar a eficiência de todo o sistema produtivo, porque 2017 será um bom ano para produzir leite, apesar de o mercado internacional estar longe dos valores máximos alcançados anos atrás”.

 

Data da Publicação: 01/12/2016.

Fonte: MilkPoint

http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/setor-leiteiro-da-argentina-apresenta-melhores-perspectivas-103136n.aspx

 

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