Quando o mercado força a mão, é bom ter uma opção

15/03/2016
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Nesses tempos em que os frigoríficos têm pressionado a queda do preço da arroba, as ferramentas de seguro de preço se tornam aliadas fundamentais aos produtores. O Portal DBO já abordou como funcionam a venda no Mercado Futuro e de Boi a Termo. Agora, a pauta trata do Contrato de Opção, que, a exemplo dos outros mecanismos, só é bom negócio se o produtor tiver o seu custo de produção na ponta do lápis.

 

A modalidade consiste na venda de boi a futuro com garantia de preço mínimo. A diferença em relação à venda futura na bolsa é que nos contratos de Opção o produtor paga apenas o prêmio (seguro), não sendo necessário arcar com os ajustes diários. “Outra vantagem é que quem estipula o preço é o próprio produtor. "Ele só precisa achar um comprador disposto a pagar o prêmio”, explica Fabiana Perobelli, superintendente de Desenvolvimento de Clientes e Mercados Agropecuários da BMF&Bovespa.

 

Por exemplo: se o produtor quer vender 400 bois por R$ 160/@ em outubro, ele coloca essa proposta à venda no pregão da bolsa e quando um comprador se interessa é estipulado o valor do prêmio. Esse preço é calculado de acordo com as movimentações de mercado, como a cotação da arroba e outras variáveis. “Funciona como um seguro de carro”, destaca Fabiana. Vale ressaltar que cada contrato corresponde a 330 arrobas.

 

Retomando o exemplo, digamos que foi definido o prêmio de R$ 3 por arroba. O produtor deposita esse valor na Câmara de Custódia da BM&FBovespa, garantindo a remuneração de, pelo menos, R$ 157/@ (sendo os R$ 160 menos o valor do prêmio de R$ 3/@). Se no dia do vencimento o preço do mercado físico atingir R$ 165, o produtor não exerce sua opção. Ele vende a boiada para o frigorífico e o comprador do contrato fica com o valor do prêmio. Ou seja, o negócio rendeu ao produtor R$ 162 por arroba.

 

Agora vamos à situação contrária. Em vez de subir, o preço da arroba caiu para R$ 156. Neste caso, o produtor exerce a opção. Ele vende seus animais por R$ 156 para o frigorífico e depois recebe os R$ 4 de diferença entre o valor do mercado físico e o contrato de opção. Sendo assim, ele garantiu o valor de R$ 157 por arroba (R$ 160 do contrato, menos o prêmio de R$ 3).

 

Além da modalidade de venda, existe também a de opção de compra. Nesse caso, em vez de garantir o preço mínimo da venda de seus produtos, o produtor se previne da alta de preço no momento de adquirir algum produto. “Essa alternativa tem sido muito usada para a compra de insumos, principalmente de milho”, acrescenta Fabiana Perobelli.

 

No último ano, foram fechados 374.347 contratos de opção, respondendo por quase 26% dos negócios da BM&FBovespa. Em apenas 8,4% deles o direito de opção foi exercido. Nos dois primeiros meses de 2016, já foram feitos 41.603 acordos. A opção foi exercida em 12,7% dos contratos.

 

Data da Publicação: 14/03/2016

Fonte: Portal DBO

http://www.portaldbo.com.br/Revista-DBO/Noticias/Quando-o-mercado-forca-a-mao%2c-e-bom-ter-uma-opcao/15730

 

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