PREÇOS PAGOS AOS PRODUTORES SEGUEM EM ALTA

06/04/2017
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Os dados do MilkPoint Radar, referentes ao leite pago no mês de março (e fornecido em fevereiro), apontam para uma nova alta nos valores pagos aos produtores neste mês, ainda que em menor intensidade.

 

O gráfico 1 mostra a evolução dos indicadores de preços, de setembro a março. O indicador de preços líquidos em média simples (média do preço pago a cada produtor, sem considerar o volume dos produtores) terminou o mês em R$ 1,330/litro, aumento de cerca de 3 centavos em relação ao valor monitorado no mês anterior. O preço médio ponderado pelo volume, por sua vez, fechou em R$ 1,448/litro, menos de um centavo maior do que o valor divulgado em fevereiro.

 

Gráfico 1. Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar, de setembro de 2016 a março de 2017. Fonte: MilkPoint Radar.

 

Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar

 

Podemos observar altas nos preços médios em todas as faixas de produção avaliadas, com exceção da faixa acima de 6.000 litros/dia, que recebeu, em média, 3 centavos a menos do que o observado no mês anterior. Esta queda tem relação com o fato de que uma parcela relevante de usuários neste estrato de produção tenha contratos de remuneração com base em preços fixados com alguns meses de defasagem. Dessa forma, estes produtores ainda estão sentindo a forte queda nos preços ocorrida no final do segundo semestre de 2016.

 

Quanto as demais faixas de produção, podemos verificar uma tendência de alta nos preços pagos em março, variando entre 2 centavos (produtores com oferta diária entre 3.000 a 6.000 litros) e 6 centavos (entre 250 e 500 litros/dia). A evolução dos preços de cada faixa de produção pode ser observada no gráfico 2.

 

Gráfico 2. Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em março). Fonte: MilkPoint Radar.

 

Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em março)

 

O cenário de alta foi a realidade de grande parte dos produtores que participam do sistema: entre os usuários que inseriram os dados, tanto de fevereiro quanto de março, 66,7% apontaram altas nos preços, enquanto 13,6% declararam estabilidade e 19,7% baixa nos preços. Os motivos relatados pelos participantes que não apresentaram alta foram, principalmente, produtores com contratos em preços fixados em meses anteriores, além de participantes que tiveram perda de bônus de qualidade.

 

Gráfico 3. Tendência de variação do preço líquido – Março x Fevereiro. Fonte: MilkPoint Radar.

 

Tendência de variação do preço líquido

 

Neste mês, o sistema contou com 747 dados de venda de leite, um acréscimo de 7,0% sobre o mês passado. A média por produtor foi de 1.611 litros, volume -3,9% menor do que no mês anterior. O volume total diário monitorado foi próximo a 1,2 milhão de litros/dia, cerca de 2,4% mais alto do que o valor monitorado em fevereiro. Os dados também indicam uma nova redução na oferta de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma queda no volume diário médio de -5,2% em fevereiro em relação a janeiro.

 

Entre os principais estados produtores de leite, todos apresentaram a mesma tendência. Quanto aos preços, o cenário foi de alta geral, de 2 centavos (em Minas Gerais) até 5 centavos (em Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Já em relação a oferta, pudemos verificar quedar na produção de todos os estados analisados, sendo a maior delas vista em São Paulo (-6,7%) e a menor observada em Goiás (-3,5%).

 

Gráfico 4. Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de março (leite de fevereiro) x fevereiro (leite de janeiro). Fonte: MilkPoint Radar.

 

Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite 

 

Dentre os preços líquidos médios destes estados, recebidos em cada faixa de produção, podemos ver que a tendência de preços foi semelhante à média nacional: produtores com maior volume diário ganham mais em média do que produtores com mais baixa produção. A maior média de preços pode ser observada no Rio Grande do Sul, na faixa entre 3.000 e 6.000 litros/dia, de R$ 1,62. Já o menor preço médio também foi observado no Rio Grande do Sul, para produtores abaixo de 250 litros/dia, de R$ 1,06. Os preços médios de cada faixa de produção dos principais estados produtores podem ser observados no gráfico abaixo.

 

Gráfico 5. Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de março (leite de fevereiro) x fevereiro (leite de janeiro). Fonte: MilkPoint Radar.

 

Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite

 

Em relação à qualidade, podemos ver que os teores de gordura e proteína apresentaram altas neste mês, fechando em 3,70% (+0,8%) e 3,26% (+0,9%) respectivamente. Quanto aos dados de CCS e CBT, podemos ver que também apresentaram alta: a CCS ficou em 411 mil/ml (+8,4%) e a CBT foi de 48 mil UFC/ml (+14,3%). Tais informações podem ser vistas na tabela 1 abaixo.

 

Tabela 1. Indicadores MilkPoint Radar – Pagamento de Março x Fevereiro. Fonte: MilkPoint Radar.

 

Indicadores MilkPoint Radar

 

Data da Publicação: 06/04/2017.

Fonte: MilkPoint

https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/precos-pagos-aos-produtores-seguem-em-alta-104794n.aspx

 

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