MG: CORTES DE ENERGIA PREJUDICAM MAIS DE 4 MIL PRODUTOES RURAIS

05/01/2017
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A Cemig tem sido cobrada por consumidores, em função da queda de qualidade dos serviços, e por trabalhadores terceirizados, que relatam falta de condições mínimas de trabalho. O alvo das reclamações são as empresas contratadas pela estatal para prestar serviços de manutenção e melhorias na rede elétrica do Estado. A Cemig informa que hoje tem 7.000 funcionários efetivos, mas não sabe informar quantos terceirizados trabalham para a empresa. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), porém, estima que só na distribuição são 23 mil trabalhadores terceirizados. “São eles (terceirizados) que tocam a prestação de serviço da Cemig”, afirma o assessor sindical do Sindieletro-MG, José Carlos de Souza.

 

Na área rural de João Pinheiro, na região Noroeste de Minas, 4.000 produtores rurais estão sendo prejudicados pelos constantes cortes de energia. “Estamos há dois anos tendo problemas de falta de energia. Hoje (ontem quarta-feira, 4) mesmo não tem energia na minha propriedade”, afirma o presidente da Associação dos Produtores Rurais Pinheirense, Antônio Cornélio, produtor de leite. Ele relata que gasta R$ 300 por dia só com combustível para manter um gerador a diesel.

 

“Os produtores de leite são os mais prejudicados. São 400 propriedades que produzem 180 mil litros por dia. Quando falta energia, alguns vizinhos perdem a produção do dia”, diz. Para Cornélio, a empresa terceirizada que atua na região é responsável pela qualidade ruim do serviço e pela falta de manutenção da rede elétrica. “Antes, tinha uma empresa boa, agora eles trocam a empresa e não resolve nada”, diz. A Cemig afirma que a região era atendida pela Asolar e hoje é pela a Potencial Medições.

 

A falta de fiscalização da Cemig nas empresas terceirizadas também afeta os trabalhadores dessas prestadoras de serviços, que relatam atrasos de pagamento, desrespeito dos horários de descanso, falta de vale alimentação, dentre outros direitos. “São vários casos. A Cemig paga a empresa terceirizada, mas não fiscaliza se os trabalhadores estão recebendo, se o INSS e o FGTS estão sendo depositados”, conta o diretor do Sindieletro-MG, Arcângelo Queiroz. Segundo o sindicato, a empresa EPC Construções tem desrespeitado os direitos dos trabalhadores em Ouro Preto, Sarzedo e Ponte Nova. “A empresa não paga em dia e pressiona muito os trabalhadores, porque a equipe é muito pequena”, relata Souza. Com condições precárias, os serviços de manutenção são prejudicados.

 

A EPC Construções nega as irregularidades. “As denuncias são improcedentes. As informações não estão corretas”, diz a empresa em nota. Já a Cemig diz que faz as fiscalizações. “Sistematicamente, os técnicos da Cemig realizam inspeções de segurança – nas equipes de campo das contratadas – em equipamentos, ferramentas e veículos. Realiza, ainda, inspeções prediais com frequência”, diz em nota.

 

Em novembro deste ano, os produtores rurais da região Noroeste do Estado fizeram uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para cobrar da Cemig melhorias no serviço prestado na região. “Até hoje não resolveu nada. Estivemos em cerca de 15 representantes da região na audiência pública, alguns deputados estaduais, e a Cemig prometeu que iria investir R$ 1, 8 milhão na manutenção da rede”, contou o presidente da Associação dos Produtores Rurais Pinheirense, Antônio Cornélio.

 

A companhia, porém, não confirmou o valor mas declarou por nota que fará investimentos. “A Cemig informa que está investindo na melhoria da rede elétrica do município (João Pinheiro)”. Os investimentos, porém, segundo a companhia, serão aplicados “até 2018”.

 

Data da Publicação: 05/01/2017.

Fonte: MilkPoint

https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/mg-cortes-de-energia-prejudicam-mais-de-4-mil-produtores-rurais-103469n.aspx

 

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