MESMO COM PRODUÇÃO CRESCENDO, PREÇOS DO LEITE SOBEM
Os preços do leite ao produtor subiram pelo sétimo mês consecutivo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento de agosto, referente ao leite entregue em julho, a média nacional ficou em R$1,246 por litro, sem o frete. Houve alta de 1,4% frente ao pagamento anterior, que tinha registrado aumento de 5,6%. Desde o começo do ano, a alta acumulada é de 21,3% (média nacional).
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o produtor está recebendo 10,6% a mais este ano. Veja a figura abaixo.
Cotação média nacional ponderada do leite ao produtor – em R$/litro, valores nominais.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Os preços pagos aos produtores subiram mesmo com a produção aumentando no Sul do país e retomando o crescimento em Minas Gerais, São Paulo e Goiás no último mês. Em agosto, os dados parciais apontam para um aumento de 3% na captação (média nacional) frente a julho deste ano.
Esta alta de preços do leite entregue em julho (pago em agosto) pode ser explicada pela menor produção este ano frente a anos anteriores. Segundo o Índice Scot Consultoria, considerando a média nacional, o volume captado em agosto de 2018 foi 11,3% menor que em igual mês de 2017.
Para o pagamento a ser realizado em setembro, referente a produção de agosto, 22% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta do preço do leite ao produtor (maioria localizada no Nordeste), 42% falam em estabilidade e os 36% restante estimam quedas nos preços frente ao pagamento anterior.
Custos
Depois de dois meses de queda, os custos de produção da atividade leiteira subiram em agosto. Segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção o aumento foi de 3% em relação a julho deste ano. Desde o início do ano, os custos acumulam um incremento de 8,9%.
As altas nos preços dos alimentos concentrados, principalmente o milho e o farelo de soja, puxaram o indicador para cima. Fertilizantes e produtos para sanidade animal também ficaram mais caros. Em relação a igual período do ano passado, os custos da atividade estão 13,7% maiores este ano.
Importação
As importações de lácteos aumentaram em julho na comparação mensal. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o país importou 25% mais em volume que em junho último. Os embarques totalizaram 13,8 mil toneladas. Os gastos também cresceram em igual proporção, 28,3%, somando US$44,72 milhões. O principal produto importado foi o leite em pó totalizando 9,3 mil toneladas e US$25,49 milhões.
Apesar do aumento registrado no mês, no acumulado de janeiro a julho o país adquiriu 32,3% menos em volume de lácteos e gastou 34,8% menos que igual período do ano passado.
A alta do dólar em relação ao real pode ser um motivo dessa redução nas importações. A demanda em ritmo lento no mercado nacional também pode ter colaborado com o cenário.
No parcial de agosto, até a quarta semana, a média diária foi de US$1,77 milhão em gastos com as importações de lácteos, frente aos US$2,08 milhões por dia em agosto de 2017, ou seja, uma queda de 15,0% na comparação anual.
Com relação às exportações, em julho o volume aumentou 8,2%, mas o faturamento reduziu 12,9% na comparação mensal. Os principais destinos dos embarques brasileiros em valor foram Paraguai (15,9%), Chile (14,0%) e Rússia (13,6%).
No acumulado do ano, as exportações reduziram 50,9% em volume e 55,5% em faturamento frente a igual período do ano passado. Com a elevação das importações, a balança comercial brasileira de lácteos fechou julho com déficit de US$41,92 milhões. Na comparação com igual período do ano passado, o déficit diminuiu 11,2%.
Data da Publicação: 04/09/2018.
Fonte: Portal DBO
https://portaldbo.com.br/mesmo-com-producao-crescendo-precos-do-leite-sobem/