ICMS DIFICULTA SAÍDA DO LEITE DE MS

31/05/2017
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No dia 1º de junho, Dia Mundial do Leite, as comemorações dos produtores sul-mato-grossenses serão modestas. Produzir com gestão eficiente, agregar valor à matéria prima, estimulando o lucro da propriedade, não tem tarefa fácil.

 

A afirmação do diretor do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCC) e vice-presidente do Conselho Paritário entre Produtores e Indústrias de Leite de Mato Grosso do Sul (Conseleite), Wilson Igi, leva em consideração os custos da pecuária leiteira e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que a 10,2%, somado ao frete, dificultam a saída da produção excedente, para outros estados, gerando a desvalorização, pelo volume da oferta aos laticínios.

 

“Considerando o consumo per capita de Mato Grosso do Sul temos um excedente de 78 milhões de litros, sem considerar, em equivalente, a matéria prima de produtos lácteos importado de outros estados e países”, ressalta Igi. “Para nossa produção sair do Estado, paga-se um ICMS muito caro, em relação aos estados vizinhos. E com os excedentes que ocorrem, principalmente na época das águas, faz com que o laticínio pague muito menos por nosso produto, ficando muitas vezes abaixo do custo gerado. A conta não fecha. E isso faz cada vez mais que produtores abandonem a atividade”, acrescentou.

 

“A cadeia em Mato Grosso do Sul está de marcha ré. Desde 2010 só indo para trás e isso preocupa muito”, relata o diretor do Sindicato. “O número de produtores que deixam a atividade, só não é pior porque acabam sendo substituídos por outros nos assentamentos que surgem, mas não se sustentam. Poderíamos estar melhores, com indústrias mais fortes, o que acarretaria em melhores preços, com diversificação de produtos que usam o leite como matéria prima”, reforça Igi.

 

Wilson Igi afirma que para melhorar ainda mais o cenário, para todos os pecuaristas sul-mato-grossenses, que acreditam neste segmento como fonte de renda, só a assistência técnica e gerencial poderá estimular o avanço da cadeia. “A alternativa para melhorar a situação é a criação de políticas públicas a favor da pecuária leiteira e assistência técnica, da forma como realiza o Senar. Assim seremos capazes de melhorarmos a qualidade e volume. Mas só será lucrativo se o leite produzido aqui, conseguir o fluxo interestadual”, finaliza.

 

Data da Publicação: 31/05/2017.

Fonte: Portal DBO

http://www.portaldbo.com.br/Mundo-do-Leite/Noticias/ICMS-dificulta-saida-do-leite-de-MS/20836

 

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