Estudo mostra que crianças que crescem em fazendas leiteiras têm menos chance de desenvolver alergias
Crianças que vivem em fazendas que produzem leite têm um décimo do risco de desenvolver alergias que outras crianças que vivem em meios rurais. De acordo com pesquisadores da Sahlgrenska Academy, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mulheres grávidas podem se beneficiar de passar um tempo em fazendas leiteiras para promover a maturação do feto e o sistema imune neonatal.
A ocorrência de doenças alérgicas aumentou dramaticamente nas sociedades ocidentais. Uma razão citada frequentemente é que as crianças estão menos expostas aos microrganismos e têm menos infecções do que as gerações anteriores, atrasando, dessa forma, a maturação do sistema imunológico.
Um estudo feito por pesquisadores da Sahlgrenska Academy monitorou crianças de até três anos de idade para avaliar a maturação do sistema imunológico em relação a doenças alérgicas. Todas as crianças viviam em áreas rurais da região de Västra Götaland, metade delas em fazendas que produziam leite.
O estudo descobriu que crianças em fazendas leiteiras tinham um risco bem menor de desenvolver alergias do que outras crianças. “Nosso estudo também demonstrou pela primeira vez que o atraso na maturação do sistema imune, especificamente das células B, é um fator de risco para o desenvolvimento de alergias”, disse uma das pesquisadoras, Anna-Carin Lundell.
As crianças com doenças alérgicas com idade de 18 a 36 meses tinham uma maior porcentagem de células B imaturas em sua circulação sanguínea ao nascimento e durante o primeiro mês de vida. Mais estudos são necessários para corroborar a correlação entre o atraso na maturação das células B durante o período neonatal e o risco do desenvolvimento subsequente de alergias.
Os pesquisadores de Gotemburgo começarão a avaliar as crianças quando fizerem oito anos. “Precisamos identificar os fatores es
pecíficos nas fazendas leiteiras que fortalecem a proteção contra alergias e parecem promover a maturação do sistema imune ainda em estágio fetal”, disse Lundell. O artigo, “High proportion of CD5+ B-cells in infants predicts development of allergic disease”, foi publicado no The Journal of Immunology, em 13 de junho.
A reportagem é do http://sahlgrenska.gu.se, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.