Espanha, Portugal e Finlândia são os países que tiveram pior recuperação da crise leiteira de 2009
Nos últimos anos, os produtores de leite da União Europeia (UE) viram suas margens sofrendo importantes variações. Desde a crise de 2009, as margens brutas melhoraram, mas essa melhoria não foi igual em todos os países, segundo um relatório sobre as propriedades leiteiras que a Comissão Europeia acaba de publicar, com dados da Red Contable Agraria desde 2004 a 2011 e com previsões para 2012.
Em 2010 e 2011, a situação do setor leiteiro melhorou na maioria dos estados membros da UE-27, com preços chegando ao pico de 349 euros (US$ 474,39) por tonelada, como média entre 2007-10.
No entanto, nem todos os países melhoraram no mesmo ritmo. A Irlanda é o país que se recuperou melhor da crise, conseguindo dobrar suas receitas brutas. Considerando um índice de receitas de 2004 = 100, passou de um índice de 49 em 2009 para 101 em 2011. Dinamarca, Holanda e Suécia também se recuperaram muito bem, conseguindo dobrar suas margens de 50, 57 e 47 em 2009 para 102, 108 e 90 em 2011, fundamentalmente graças à melhora dos preços.
Ao contrário, Espanha, Portugal e Finlândia são os que tiveram pior desempenho ao sair da crise. Suas receitas brutas pioraram desde 2009. O motivo é que os preços do leite não conseguiram aumentar de maneira significativa nesses três países desde 2009, mas tiveram que suportar um aumento muito importante dos custos da alimentação, custo que na Espanha e em Portugal representa 65% do total.
No caso da Finlândia, é curioso, porque, apesar de sua má recuperação da crise, encontra-se entre os três principais países da UE-15 com melhores margens brutas. O motivo é o pagamento acoplado que recebem os produtores, que chega a 80 euros (US$ 108,74) por tonelada, de forma que sua margem bruta chega a 162 euros (US$ 220,20) por tonelada. Os outros dois países do Top 3 são Itália (que produz produtos lácteos de grande valor agregado) e Holanda, com margens brutas de 250 euros (US$ 339,82) por tonelada e 167 euros (US$ 227,00) por tonelada, respectivamente (incluem os pagamentos acoplados).
A Alemanha, que é o maior produtor da UE, tem uma margem bruta média menor com pagamentos acoplados, que chega a 107 euros (US$ 145,44) por tonelada como média. Em seguida, vem Espanha e Suécia, com margens brutas de 109 euros (US$ 148,16) por tonelada e Portugal, com 111 euros (US$ 150,88) por toneladas. Esses seriam os quatro países com as piores margens brutas.
A reportagem é do Agrodigital, traduzida pela equipe MilkPoint Brasil.