ENTIDADES SE EXPRESSAM COM RELAÇÃO À GREVE DOS CAMINHONEIROS
Comunicado do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás – SINDILEITE GO, por Joaquim Guilherme Barbosa de Souza - Presidente.
"Somos sabedores do direito constitucional à greve e o respeitamos, porém devemos também respeitar o direito de quem não quer participar por motivos óbvios; dentre quais, os transportadores de leite. Sabemos que o leite é produzido e extraído diariamente: sem dias de greve, feriados e fins de semana, e se o mesmo não for extraído da glândula mamária, acarretará a saúde do animal lactante. O leite é um negócio praticado em todos os municípios goianos - para a alimentação e também, negócios com as indústrias processadoras. Diante da greve dos caminhoneiros - que dura mais de 48 horas - o leite não está sendo recolhido nas fazendas produtoras, causando assim um imensurável prejuízo aos produtores e às indústrias que estão impotentes, já que não podem captar o leite in natura, bem como colocá-lo após à industrialização no mercado. Assim sendo, apelamos as autoridades competentes que nos ajude a desenrolar este estado de coisa no sentido do convencimento da liberação dos veículos transportadores de leite, bem como, informamos aos produtores de leite que seu produto - o leite - não será captado enquanto não houver uma liberação das rodovias para a circulação dos caminhões transportadores de leite".
A Diretoria do Lactínios Tirol enviou uma nota para a imprensa expressando a sua insatisfação com relação ao aumento do preço dos combustíveis. Confira abaixo a nota na íntegra:
"A Lacticínios Tirol expressa sua insatisfação com relação ao aumento do preço dos combustíveis, que ocasionou a greve dos caminhoneiros iniciada nesta segunda-feira e que já atinge 11 Estados brasileiros. Ainda que legítima, a greve traz prejuízos enormes para toda a cadeia leiteira, desde a captação junto aos produtores até a entrega nas unidades fabris. É fundamental a percepção de que aumentos nos combustíveis (a Petrobras subiu o preço duas vezes em quatro dias, sendo este o 11° aumento nos últimos 17 dias) acarretam inevitavelmente em repasses no valor do produto ao consumidor final. Isso sem esquecer dos imensos prejuízos em função das paralisações nas estradas, como o consequente risco de descarte de mercadorias in natura, a demora no transporte e entrega das cargas e o eventual risco de não conseguir chegar às propriedades para fazer a captação do leite. Sempre alinhada aos princípios que regem seu trabalho - de qualidade, compromisso e respeito ao consumidor -, a Lacticínios Tirol pede urgência nas negociações entre a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e a Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e o Governo Federal, para restabelecer imediatamente a produção e impedir maiores danos a todos os envolvidos com o setor".
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também emitiu uma nota alertando sobre os riscos da continuidade da paralisação nas estradas, confira abaixo:
"A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alerta sobre os riscos de continuidade das paralisações e bloqueios estabelecidos desde ontem nas rodovias federais e estaduais do País, pelo movimento de caminhoneiros independentes em protesto. A ABPA, representante de mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura, estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas. Conforme relatos dos associados, os bloqueios impedem o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento das gôndolas no Brasil ou para exportações. A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro. Animais poderão morrer no campo com a falta de insumos. Já temos relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspenso. Contratos de exportação poderão ser perdidos e há um forte aumento de custos logísticos com reprogramação de embarque de cargas. Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis. A ABPA apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. É de conhecimento nacional a grave crise enfrentada pela cadeia produtiva de proteína animal, que há meses luta para preservar os postos de trabalho do setor. Impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves para todo o País, especialmente nos pequenos municípios onde o sistema produtivo está instalado".
Nota de Imprensa do Sindileite/SC, escrita por Valter Antônio Brandalise, presidente do Sindileite/SC (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Santa Catarina):
"A greve dos caminhoneiros está trazendo grandes prejuízos para a cadeia láctea do Estado de Santa Catarina. Os bloqueios estão impossibilitando que caminhões cheguem às propriedades e as indústrias, comprometendo a operação tanto de recebimento de leite, como de recebimento de insumos para a produção e escoamento da produção para o mercado consumidor. O prejuízo pode atingir mais de 45 mil famílias de produtores que produzem 07 milhões de litros de leite todos os dias. Também deve afetar a grande maioria das plantas de laticínios do estado, que correm o risco de paralisar as operações até o término da greve. Entendemos e nos solidarizamos com o pleito do movimento dos caminhoneiros, porém é imprescindível que o Governo Federal abra as negociações o mais rápido possível e reestabeleça o estado de normalidade no país".
Nota de imprensa do Silemg (Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais):
“O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais reconhece a legitimidade da paralisação dos caminhoneiros contra os constantes aumentos no preço dos combustíveis e se solidariza com a classe. Porém, tal ato provoca perdas inevitáveis para toda a cadeia leiteira, como o consequente risco de descarte de mercadorias in natura, a demora no transporte e entrega das cargas, a não captação do leite nas propriedades, gerando prejuízos aos produtores rurais, indústria, transportadores e consumidores. Há risco de desabastecimento de leite e seus derivados".
Comunicado da Aproleite, no Sudoeste de Minas Gerais, sobre a paralisação dos transportes, por Marcelo Maldonado Cassoli – Presidente da Aproleite Sudoeste de Minas.
"A Aproleite vem comunicar seus sentimentos de tristeza, indignação e revolta com nossos governantes, por conta da situação causada pelo aumento abusivo dos preços e tributação dos combustíveis, especialmente do diesel, do qual também somos diretamente dependentes, assim como nossos parceiros caminhoneiros. A partir de hoje, nossos produtores associados, com muito ressentimento e dor no coração, serão obrigados a descartar mais de 150 mil litros de leite por dia, devido à paralisação dos transportes. Leite esse que centenas de pessoas envolvidas labutaram desde a madrugada até a noite para produzir, com todo o cuidado sanitário e qualidade. Esse alimento nobre será descartado como chorume nas fazendas, enquanto tantas pessoas necessitam dele, pois somos proibidos de doá-lo sem que seja pasteurizado. Não bastasse o desperdício e o prejuízo, ainda corremos o risco de não termos alimentos suficientes para saciar a fome dos nossos animais, milhares deles. Nós, do agronegócio brasileiro, que há tempos trabalhamos carregando o Brasil nas costas, salvando sua economia da incompetência e roubalheira governamental, não podemos aceitar mais tamanho descaso e cinismo do Governo. Temos também que protestar. Solicitamos que nossos representantes legais, em nosso caso a FAEMG e CNA, se mobilizem junto ao Governo em nossa defesa. E que nossos Sindicatos de Produtores Rurais também o façam. Que providenciem logo uma negociação com os caminhoneiros e evitem um mal maior, e que façam da nossa pátria uma nação mais digna para se trabalhar, produzir e viver!"
Data da Publicação: 23/05/2018.
Fonte: MilkPoint
https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/lacticinios-tirol-expressa-sua-insatisfacao-com-relacao-ao-aumento-do-preco-dos-combustiveis-208267/