EMPRESAS USAVAM SUBSTÂNCIA PARA ADULTERAR LEITE ESTRAGADO

08/12/2015
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Três empresas que fabricam leite e seus derivados em Pernambuco estão sendo investigadas pela Polícia Federal do Estado (PF-PE). As indústrias, que por questões judiciais não tiveram os nomes divulgados, são suspeitas de adicionar substâncias indevidas para adulterar os produtos e garantir uma maior durabilidade.

 

Nesta sexta-feira (4/12), a PF deflagrou a Operação Longa Vida para combater a fraude detectada nas cidades de Pedra, Belo Jardim, Bom Conselho e São Bento do Una.

 

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas três empresas, além de vários mandados de condução coercitiva visando obter informações dos responsáveis técnicos e legal, da política leiteira, supervisores de qualidade, químicos, alguns servidores do Ministério da Agricultura Permanente e Fiscais Federais Agropecuários.

 

As investigações começaram em março deste ano, quando a ouvidoria do Ministério da Agricultura passou a receber diversas denúncias sobre os produtos. Os consumidores reclamavam do cheiro, coloração, e alteração na própria composição, inclusive em cidades fora do estado de Pernambuco.

 

Segundo a delegada da PF, Mariana Cavalcante, as análises policiais detectaram a presença de sacarose – açúcar adicionado indevidamente para mascarar o gosto azedo do produto, acréscimo de água e alto teor lático. “O que significa que o leite está impróprio para o consumo, porque está completamente estragado”, explicou.

 

Nas amostras colhidas pela esfera da agricultura foram apreendidos produtos com bactéria, queijo e manteiga com listeria [que causa meningite] e salmonela [que causa várias indigestões]. “Toda ação do Ministério da Agricultura culminou na apreensão de produtos”. Os resultados dos laudos foram emitidos na semana passada.

 

Dentro das investigações, a polícia identificou a participação de um fiscal federal, que atuava do esquema. De acordo com o Superintendente Regional da PF, Marcelo Diniz Cordeiro, o próximo passo é descobrir de que forma o servidor auxiliava na fraude.

 

“Temos vários envolvidos. Detectamos claramente a fraude, que pode causar problemas à saúde da população. Agora vamos identificar quem é o responsável criminal por essa trama”. A Polícia Federal também tenta identificar se as empresas utilizavam solda cáustica e água oxigenada – que podem ser aplicados para reduzir o azedume do leite.

 

Cerca de 30 pessoas foram ouvidas nesta sexta-feira. Novas análises serão feitas e o inquérito deve ser concluído em até 30 dias. Os suspeitos podem ser autuados pelo crime contra a saúde pública – que varia de quatro a oito anos de prisão; sendo apurada também a possível corrupção de servidor público federal, a pena pode chegar até 12 anos de reclusão.

 

Data da Publicação: 07/12/15

Fonte: Laticinio. net

http://www.laticinio.net/noticias/completa/17514_empresas-usavam-substancia-para-adulterar-leite-estragado

 

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