Do que depende a qualidade do colostro?

03/03/2016
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Fruto dos primeiros dias de lactação das fêmeas de mamíferos, o colostro é conhecido por sua coloração amarela e alto potencial nutritivo. Mas, além de ter três vezes mais nutrientes que o leite comum, cumpre papel fundamental na formação do sistema imunológico dos bovinos. Isso acontece porque, no caso desses animais, a placenta impede que haja transmissão de anticorpos da vaca para o bezerro.

 

Mas o que determina, afinal, sua qualidade? Marco Aurélio Bergamaschi, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, ajuda a esclarecer esse ponto.

 

Confira, abaixo, fatores que influenciam na qualidade do colostro:

 

Idade das matrizes. Segundo Marco Aurélio, matrizes de segunda cria em diante apresentam colostro de melhor qualidade. Isso acontece por haverem sido expostas a maior número de agentes infecciosos durante a vida, produzindo anticorpos capazes de combatê-los. “Não se trata de estar protegido contra um leque maior de doenças, mas de ter uma quantidade maior de imunoglobulinas responsáveis por essa proteção”, afirma.

 

Além da exposição a inimigos externos, seguir o calendário de vacinação garante que os animais criem anticorpos contra as principais doenças que afetam a região onde está a propriedade. Caso haja a necessidade de fazer uma vacinação emergencial, há uma janela em que isso tem resultado para o bezerro. “Vacinando a matriz até 30 dias antes do parto, o produtor dá tempo de a vaca ter uma resposta imunológica e conseguir anticorpos”, diz Marco Aurélio.

 

Raça. A qualidade do colostro também depende da raça do animal e é reflexo da quantidade da produção. Quanto mais colostro a vaca produz, pior sua qualidade. Vacas holandesas produzem muito colostro e a consequência é que esse material apresenta menor concentração de igG do que o das jerseys e pardo suíço. O igG nada mais é que um anticorpo, a imunoglobulina G.

 

Período seco. Em torno de 45 a 60 dias antes do parto, as matrizes precisam passar pelo período seco. Nessa época, deixam de produzir leite e são submetidas, em geral, a dieta a pasto. “O objetivo é dar condições para que recuperem seu escore corporal, chegando à casa de 3,5 de um total de 5, e reconstituam as glândulas mamárias”, explica o pesquisador. A reconstituição consiste em renovar as células desse tecido para iniciar uma nova lactação a todo vapor. De acordo com Marco Aurélio, grande parte do desenvolvimento do bezerro também se dá nessa fase, podendo ser severamente prejudicial encurtar o “descanso” dos animais.

 

Manejo adequado. Fazer a prevenção de infecções como a mastite é ainda uma premissa importante para garantir a qualidade do colostro. Outro ponto importante é garantir a correta higienização dos tetos para sua retirada.

 

Garantidas as condições acima, uma forma de medir a qualidade do colostro é por meio do colostrômetro – vareta graduada com marcadores de coloração verde, amarela e vermelha. As cores ajudam a definir as faixas que vão do leite de má qualidade (com até 20 mg/mL de igG), passando pelo de qualidade intermediária (que tem de 21 mg/mL de igG a 50 mg/mL) até chegar no de alta qualidade (com mais de 51 mg/ml de igG).

 

Data da Publicação: 02/03/2016

Fonte: Portal DBO

http://www.portaldbo.com.br/Mundo-do-Leite/Noticias/Do-que-depende-a-qualidade-do-colostro/15590

 

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