Crescente produção de leite na China não diminuirá exportações dos EUA

02/07/2014
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A produção de leite da China poderá aumentar quase 5% em 2014, de acordo com dados do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O último relatório da Rede de Informações Agrícolas Globais (GAIN) mostra que a produção de leite da China deverá ser de 36 milhões de toneladas em 2014, que é uma tonelada a menos que a estimativa anterior, mas ainda maior que a produção de 34,3 milhões de toneladas de 2013. O relatório GAIN, preparado por especialistas em agricultura da Embaixada dos Estados Unidos em Pequim, indica que uma recuperação no rebanho leiteiro chinês e uma produção abundante de grãos e pasto em 2013-14, bem como maiores importações de alfafa serão os principais fatores para uma maior produção de leite em 2014.

 

De acordo com o relatório, o rebanho leiteiro chinês deverá aumentar em 360.000 cabeças, para 8,71 milhões de vacas. Isso é cerca de 200.000 cabeças a menos que a estimativa anterior do USDA. O relatório nota que os requerimentos mais rígidos da China para a produção local de leite deverão resultar em menores fornecedores.

 

Os preços favoráveis da carne bovina em 2013, que aumentaram em 30% com relação ao ano anterior, estimularam alguns produtores de pequena escala a abater animais, o que acabou limitando o crescimento no rebanho leiteiro chinês. Entretanto, outros optaram por alugar suas vacas por cinco anos para grandes companhias de lácteos através da Dairy Union. Ao final do período de cinco anos de aluguel, a companhia de lácteos devolve as vacas, mas fica com os bezerros nascidos durante esse período. O relatório GAIN indica que essa é uma das várias abordagens usadas em Inner Mongólia, província de maior produção de leite da China, para aumentar seu rebanho leiteiro em 20%, para 500.000 cabeças.

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O governo local também forneceu um valor de US$ 9,68 milhões para dar suporte às plantas de processamento com pelo menos 30% do leite fornecido por produtores locais. Ao mesmo tempo, as maiores companhias de lácteos da China estão estabelecendo parcerias com companhias estrangeiras para ajudar a melhorar a produtividade. Isso deverá levar a novas instalações no Leste e no Norte da China.

 

A China reconhece que a alfafa é um importante componente para a maior produção de leite por vaca. As importações de alfafa deverão alcançar 1 milhão de toneladas em 2014, 26% a mais que no ano anterior. Os Estados Unidos são o maior fornecedor à China, sendo responsáveis por 90% das importações totais. Entretanto, o Ministério da Agricultura da China planeja investir US$ 5 milhões por ano para desenvolver 33.000 hectares de lotes de demonstração de alfafa.

 

Apesar da maior produção doméstica de leite, analistas agrícolas do USDA em Pequim não esperam que as importações desacelerem em 2014. De fato, as importações de leite em pó desnatado em 2014 deverão ser de 330.000 toneladas, 40% a mais que no ano anterior. A China importou 131.276 toneladas de leite em pó desnatado até maio de 2014 e precisa aumentar as importações em 10% durante a segunda metade de 2014 para alcançar essa previsão. A produção de leite em pó desnatado da China empalidece em comparação com sua produção de leite em pó integral. Dessa forma, maiores importações podem facilmente satisfazer a demanda doméstica de leite em pó desnatado.

 

A Nova Zelândia é atualmente o maior exportador de leite em pó desnatado à China, em parte devido às baixas tarifas dentro do Acordo de Livre Comércio bilateral entre os dois países. Entretanto, a participação de mercado da Nova Zelândia está sendo desafiada pelas exportações dos Estados Unidos à China. Em 2013, os Estados Unidos tiveram uma maior participação de mercado, aumentando de 11% em 2012 para 23%. O preço de exportação dos Estados Unidos à China ficaram em média em US$ 3.985 por tonelada comparado com o preço da Nova Zelândia, de US$ 4.130 por tonelada em 2013.

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Os dados são do Daily Dairy Report, traduzidos pela Equipe MilkPoint Brasil.

 

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