CONSUMO DE LÁCTEOS DEVE CAIR NO MERCOSUL
Os elevados custos de produção devem reduzir a produção de leite nos países do Mercosul este ano, em especial no Brasil e na Argentina, projetou o Rabobank. Os preços do leite cru devem subir nos próximos meses, pressionando as margens da indústria em um momento de fraca demanda. No Brasil, o Rabobank prevê que o consumo per capita de lácteos cairá 4% em 2016 após contração de 1% em 2015, para 166 litros de leite líquido equivalente (LME, na sigla em inglês). Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 20, a instituição prevê uma recuperação somente em 2018, e os níveis só devem voltar aos mesmos patamares de 2014 (174 litros de LME) em 2020.
"A recuperação no consumo dependerá da economia do País, particularmente do emprego e do crescimento de renda. No Brasil, a correlação entre esses fatores e a demanda por lácteos foi maior que 90% nos últimos 10 anos", destacou o banco. Com efeito, a recessão no País fez com que as compras de leite pela indústria nacional caíssem no ano passado. Só no quarto trimestre foram adquiridos 6,3 bilhões de litros, ante 6,5 bilhões de litros em igual período de 2014.
Na Argentina, as medidas implementadas pelo governo do presidente Mauricio Macri quanto às exportações de grãos e às oscilações cambiais têm causado mudanças ao setor de lácteos. Os preços domésticos de milho e soja subiram, elevando os custos de produção para os criadores de gado leiteiro.
Com isso, o Rabobank afirma que a produção de leite deve ser pressionada no curto e médio prazos, estimando uma queda de 4% na produção este ano. Enquanto isso, a redução das importações da Venezuela deve afetar o comércio de lácteos no Mercosul.
Data da Publicação: 25/04/2016
Fonte: Laticínio.net
http://www.laticinio.net/noticias/completa/17766_-consumo-de-lacteos-deve-cair-no-mercosul